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sobre Carolina

"Sei que há em toda circunstância alguma espécie de dádiva que o meu coração, tantas vezes míope, não consegue enxergar bem, de longe. O tempo, aproxima as lições. A minha vida reverencia essa sabedoria. Não sei nada, na maioria das vezes não entendo nada... ... ... ... ... MAS EU TENHO FÉ."



diversos



MEMORIES


terça-feira, 8 de setembro de 2009

It's so lonely in here - Post I



Como você pode existir sem acreditar em algo maior? Sophie me perguntava, com aqueles olhos vermelhos expressivos. Eu nunca entendi como ela, uma vampira que matava humanos para saciar sua sede, e que, mesmo tendo outra opção, ainda que a dieta vegetariana não agradasse tanto, acreditava veemente em Deus. E em toda a Sua força.

Para ela, existir sem acreditar Nele era viver no sofrimento. À quem você irá recorrer quando precisar? E acredite Bê, um dia você vai precisar, e estará sozinho. Eu nunca estarei sozinha, tenho Ele comigo, mesmo sendo o que sou. Por que, você sabe, se eu existo e sou assim, é por que tem a mão Dele aqui.

Revivendo aquela cena em minha mente, penso se ela havia me jogado uma praga. Não por maldade, bem... talvez. Sophie gostava de provar que estava certa. Mesmo que tivesse que passar por cima de algumas pessoas para isso. Realmente, disso eu não podia duvidar.

À quem você irá recorrer quando precisar? As palavras dela continuavam martelando em minha mente, e talvez tenha sido isso que me havia levado até ali. Eu não lembrava quando havia sido a última vez que eu havia entrado em uma igreja... Certamente na infância, com os Carminatti, quando éramos uma família... Família. Uma outra palavra que não cansava de me perturbar. Sara era minha família, não era? Sim. E isso precisava ficar muito claro em minha mente.

Sentei em um banco que se encontrava às escuras, deixando minha cabeça repousar sobre as palmas das minhas mãos. Por que? Eu ainda me perguntava. Lembrava de quanto ter sido transformado, abraçar aquela dor com todas as minhas forças, por que ali estava a resposta para tudo. Na dor. Não foi a primeira vez, mas eu tolamente havia acreditado que seria a última. Juntamente com o Bernardo vampiro, havia surgido em mim o desapego. Não fiquei com Sophie por que gostava dela, e sim por que era conveniente, para nós dois. Acreditei que não me apegando a nada, eu me afastaria para sempre da dor.

- Por isso que não me apeguei ao seu Deus, Sophie. Por que eu não queria sentir a dor do abandono quando clamasse por Ele, e Ele não viesse até mim.

“...Donde há de vir julgar os vivos e os mortos.” Você vê? Quando eu era humana, eu tinha uma outra visão sobre todas essas coisas. Mas quem são os mortos? Somos nós. E crer na “...ressurreição do corpo, na vida eterna...” ? Ressurreição do corpo, não da alma. Somos os mortos dos quais falam no Credo, nossos corpos foram ressuscitados, e vivemos eternamente. Não entendo como você não vê isso! Pois eu tenho certeza. Ele existe. Assim como nós.

Era tolice continuar ali, esperando encontrar algo que eu sabia não existir. Mas se pelo menos, apenas uma vez... “Donde há de vir julgar...” Abanei a cabeça, afastando aqueles pensamentos. Não havia sentido acreditar em um Deus assim. Me levantei, ao mesmo tempo em que senti o cheiro. Humano. Fiquei parado, escondido na escuridão, enquanto o aroma ficava mais forte, e eu já escutava os passos.

A humana entrou, e instintivamente deixei de respirar. Sentada em um banco do lado oposto ao meu, eu a podia ver claramente dali, assim como escutar todas as suas palavras de desespero. Por um momento, lembrei de Sara sentada ao lado do túmulo, pedindo que alguém a dissesse que tudo ficaria bem. Levando em consideração o fato de que desde que eu havia voltado, meus impulsos humanos estavam mais presentes em mim, acredito que foi a lembrança de Sara que me fez levantar, deixando a escuridão para trás, e me encostando em um banco mais próximo da humana.

-Eu conhecia uma pessoa, que dizia que para tudo há um motivo. Até mesmo as coisas mais difíceis. É reconfortante pensar assim, para algumas pessoas. Parece que daí, acreditando que o motivo é realmente nobre, o sofrimento vale a pena. – Eu não a encarava, mas pude sentir seu olhar cravado em mim, e talvez até um pouco de receio, misturado com toda aquela confusão de sentimentos que ela sentia. Ela era a presa, eu o predador. – Bom, já eu, prefiro pensar que sempre pode piorar. Imaginar uma situação pior do que pela qual estou passando é realmente animador. – Dei de ombros, e me virei para sair da Catedral.


2 comentários:

  1. Owwn ameeei o novo layooout *-*
    Bem no estilinho que eu gosto HAHAH
    Seja bem-vinda à minha sidebaar, aliás /o/
    Seu jeito de escrever é tão lindo, me encanta.

    beeijosquerida:*

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  2. opa... cheiro de história nova pintando no ar hahhaha
    Vc escreve muito bem!
    bjoos

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