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sobre Carolina

"Sei que há em toda circunstância alguma espécie de dádiva que o meu coração, tantas vezes míope, não consegue enxergar bem, de longe. O tempo, aproxima as lições. A minha vida reverencia essa sabedoria. Não sei nada, na maioria das vezes não entendo nada... ... ... ... ... MAS EU TENHO FÉ."



diversos



MEMORIES


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

It's so lonely in here - Post III

Mudanças, quantas sofremos ao longo de toda nossa existência? Quando humano, sempre nos baseamos na infância, adolescência e vida adulta. São as principais, as mais notáveis, mas não são as únicas. Mudamos de opinião, de atitude. Mudamos o jeito de ver a vida, e de vivê-la. Podemos ter sido criados sozinhos, solitários, mas em algum momento, queremos pessoas, tumulto, conviver, repartir, crescer junto. Ou então estamos sempre rodeados, e de repente passamos a precisar do silêncio, do eu sozinho, do vazio e de espaço. Nós mudamos. Está na nossa alma, na nossa essência. Somos seres mutáveis, mudamos para aprender. Da melhor ou pior forma, mas sempre para aprender.

Quantas vezes eu já havia mudado? A criança órfã, o irmão adotivo, o adolescente sorridente, o adulto sério... O vampiro assassino. E agora? Mudar não significa apagar. Só por que você deixou de ser quem era, talvez a pior das criaturas, bem, isso não significa que seu passado não está mais lá, para te lembrar. De certa forma, é melhor assim. Poder comparar, saber quem você já foi e o que é agora, entender, ver o que é o melhor. Quem é o melhor. Aquele, ou esse agora, o atual?

Tentei visualizar o Bernardo antigo, o vampiro assassino. O que ele já teria feito agora? A teria matado? Certamente. Sem dor, por que eu nunca havia suportado ver a dor nos olhos deles, diferente de Sophie, que gostava da caça, dos jogos... Mas era inevitável, seus instintos afloravam, o medo os consumia, era quase como se eu pudesse sentir... E doía em mim. Mas não quis mudar, não tentei.

Talvez as principais mudanças sejam essas. Aquelas que mal se notam, que vão tomando espaço aos poucos, e você só percebe depois, quando já está feito. E daí você se pergunta: Quando foi que eu mudei tanto? Mas a pergunta certa seria: O que me fez mudar tanto?

Eu sabia a resposta, sempre soube. Talvez devesse agradecer ao Deus de Sophie por isso. Mas a mudança que havia acontecido em mim, seria para melhor? Para certas perguntas, só se encontram as respostas arriscando vive-las. O mal de tudo isso é que, muitas vezes, a resposta não é a que você espera.

- ... e estarei em paz com isso. – Desviei meu olhar da humana, olhando para um ponto qualquer, como se ali, logo adiante, eu pudesse encontrar a resposta. Não queria arriscar. Eu não podia.

- Estar em paz. - Pausei, falando mais para mim mesmo do que para ela – Será impossível estar em paz. Me diga – Voltei a fixar meu olhar em seus olhos – Acredita mesmo que estará em paz? Não ficará se remoendo, dizendo para si mesma que poderia ter feito diferente? Depois do mal feito, do erro cometido, sempre achamos a resposta certa, e nos arrependemos mortalmente de não ter seguido pelo outro caminho que estava bem na nossa frente, mas fizemos a escolha errada. Paz? Não. Paz é para os resignados.


Um comentário:

  1. alem de retribuir a visita, nao posso deixar de comentar esse post, que alem de bem escrito tem uns detalhes que me chamam bastante atençao.

    Obrigado por aparecer.

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