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sobre Carolina

"Sei que há em toda circunstância alguma espécie de dádiva que o meu coração, tantas vezes míope, não consegue enxergar bem, de longe. O tempo, aproxima as lições. A minha vida reverencia essa sabedoria. Não sei nada, na maioria das vezes não entendo nada... ... ... ... ... MAS EU TENHO FÉ."



diversos



MEMORIES


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

It's so lonely in here - Post IV


...Mas livrai-nos do mal...” As imagens de Sophie rezando, sendo devota à alguém mais do que ela mesma, não saíam da minha mente. Talvez se eu fosse um pouco mais supersticioso, poderia acreditar que ela estava querendo me mostrar um caminho. Mas conhecendo Sophie, como eu a conhecia, como confiar no caminho que ela me mostrava? Acreditar que sua morte, o real fim da sua existência, poderia tê-la tornado melhor?

Mas onde se encontra ”a ressureição do corpo” e a “vida eterna” minha cara Sophie? Se você mesma, é prova de que sua crença era em vão? Talvez, por sua memória, eu poderia acreditar que na “sua hora” você estava ciente de tudo que se passava ao seu redor, e quis continuar ali, imóvel. Imóvel não pelo temor, mas por escolha.

Eu deveria acreditar nisso, Sophie? Me desculpe, mas eu não consigo acreditar. A única verdade que vem a mente é você imóvel, clamando por Ele, e morrendo sozinha. Gostaria de estar errado, acredite. Mas não vejo outra verdade se não essa. E mais, apesar da nossa discussão na véspera, gostaria que soubesse: se você tivesse chamado por mim, se eu tivesse escutado. Eu teria ido. Vê, Sophie? E nem havia pedido nada em troca. Não queria que me adorasse, nem nada comparado à Ele. Porque, mesmo que os laços que nos ligam estejam fracos, mesmo assim, se a gente se importa a gente vai.

Tolice para um vampiro como eu, eu sei. Mas te digo uma última coisa: Acredito mais no amor do que na fé, porque ele tem muitas faces, mais até do que o seu Deus. Nós compartilhamos o amor pela existência que nos havia sido dada e pelo prazer de tê-la. Era-nos conveniente dividir esse amor, mas ele não era muito. E mesmo assim: Eu ainda teria ido. E talvez pelo resto da minha existência eu leve esse arrependimento comigo: o de não ter estado lá. Por você.

Eu observava a humana andar enquanto falava, até que ficasse fora do meu alcance de visão. Parada alguns passos atrás de mim. Eu não queria me mover, suas palavras e meus pensamentos pareciam ter me paralisado ali. Provavelmente, se eu precisasse respirar, eu poderia dizer que elas estavam me sufocando.

- Ou então, que se não fizemos, foi por algum motivo. Sim, é mais reconfortante pensar assim. – Me virei para a humana, ainda que ela continuasse de costas para mim, um vampiro. Mas seu instinto humano estava mais alerta do que nunca, o que a fez se virar para mim. Mas... destino? Se por um lado ele serve como desculpa para seus erros, por outro me parece tão injusto não se poder escolher um caminho diferente. Sei que certas coisas acontecem sem que você possa interferir, mas tudo? Talvez seja melhor acreditar que se fiz algo de errado, ou que não estive em um lugar quando eu deveria ter estado lá, a culpa é minha. Somente minha. Como uma espécie de egoísmo com si próprio. Prefiro errar e acreditar que a culpa foi minha do que errar e acreditar que não tive outra opção.



3 comentários:

  1. Tô adorando a história (:
    vê se não demora pra atualizar

    beeijo!

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  2. HAHAHA agora entendo porque vc gostou mais da minha última história ;P
    Adoro seus textos.
    beeijosquerida:*

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